domingo, 24 de julho de 2011

Amy Winehouse, para sempre !






Amy Winehouse 
credits: Juan Medina/ Reuters

De regresso a casa, ligo o computador e eis que me deparo com a  notícia que sempre temi. Amy Winehouse morreu. Vinte e sete anos, uma alma de poeta num corpo atormentado. A maldição dos 27 repete-se.

Vi o seu último concerto na Sérvia em múltiplos vídeos que correram no Youtube e fiquei entristecida. Amy não tinha retrocesso. Para a frente estava o abismo total.

Perdeu-se uma das melhores vozes da última década, um talento invulgar, foi brilhante: Mas trazia dentro de si aquele desassossego que persegue os mais talentosos.




Amy WinehouseFotografia
 José Sérgio/Rock in Rio-Lisboa
via Sapo

A minha homenagem já foi escrita há dois anos. Depois do célebre concerto de Rock in Rio 2008. Aqui fica uma parte, ligeiramente adaptada...

"É óbvio que a principal vedeta do primeiro dia de "Rock in Rio 2008" seria Amy Winehouse.

E, quem não se deslocou a Lisboa, sentou-se vidrada em frente do ecrã de televisão para poder, ao menos, ouvir e ver à distância esta fabulosa cantora pop-soul.

A expectativa era grande! Até porque se temia que Amy Winehouse cancelasse, à última hora, a sua presença como tem feito por esse mundo fora!

Existência complexa, amores difíceis, contornos devastadores, na sua voz, ela  é inigualável! Ela canta com a alma.





Amy Winehouse/ Grammys 2008
Peter Macdiarmid | Getty Images

Gosto de Amy Winehouse, muito antes de se ter tornado famosa na estrondosa vitória nos Awards 2008Visual diferente, esfuziante, um pouco retro, mas profundamente carismático, Amy Winehouse prende o nosso olhar!

Entre a panóplia que é todo o seu ser - corpo tatuado, vestidos coloridos, penteado retro, maquilhagem exuberante, bem ao estilo dos anos 60 - o que nos atrai é mesmo o seu olhar!

Sim, o olhar! O olhar com alma. E aquela suave e angustiante nostalgia que se desprende, em notas soltas como mágoas, timbres melódicos de outras vivências. A voz mais soul da actualidade!

Quando Ivete Sangalo avisou que Amy Winehouse já tinha chegado, todos nós soltámos um Ah! de prazer, os presentes e os que se colaram ao ecrã de televisão!

Eis que entra em palco, Amy Winehouse, desgarrada, tímida, completamente instável naquele seu andar, e deixa sair uma voz que mal atingia as notas das suas mais célebres canções! Ficámos emudecidos! Chocados! Temerosos! Compadecidos!

A cada tema, suspensos nos perguntávamos, se conseguiria actuar até ao fim! Todos seguíamos com angústia e muita tristeza os passos de salto bem alto da cantora, sempre receando vê-la cair, o que aconteceu. Poderia até desfalecer, tal o seu estado. A sua presença parecia suspensa por um ténue fio.





Black to Black (2006)
Amy Winehouse
Amy tinha consciência do seu estado confrangedor, mas com determinação, apesar do microfone lhe ter soltado das mãos, das constantes falhas de voz, continuou corajosamente, tentando fazer um pouco de humor  de todo aquele fracasso. E ninguém arredou pé!

Todos a olhávamos, como se a quisemos proteger de colapsar em palco!

As centenas de pessoas presentes, davam-lhe as notas que lhe faltavam, e cantavam os seu êxitos mais expressivos, como que querendo muito que ela prosseguisse.

Os seus músicos tentavam colmatar toda as suas falhas, reunindo-se em volta da cantora num esforço inequívoco de apoio e salvaguarda.

E nós, diante do ecrã, atónitos, pediamos mentalmente que não sossobrasse! Um concerto intensamente confrangedor. Doeu-nos a alma.





Amy Winehouse
créditso: José Sérgio/Rock in Rio-Lisboa
via Sapo

'A noite do palhaço triste' foi o título dado à notícia-comentário que os comentadores de jornal digital Sol deram à presença de Amy Winehouse na primeira noite do Rock in Rio! E isso chocou-me! Pela braveza com que  a criticaram e flagelaram. Tanta frieza !

É indesmentível que o espectáculo que todos observámos, foi profundamente triste! Uma jovem cantora, cheia de talento que se autodestrói a cada dia que passa. Mas que direito temos de julgar a vida dos outros?!

A comentadora da 'Sic Radical' também não se conteve. Já o comentador habitual dos festivais e concertos - não fixei nomes - ficou-se sobriamente num comentário discreto, resguardando um pouco a dignidade pessoal a que Amy Winehouse tem direito, apesar de tudo.

Só quem não vê o imenso e oceânico olhar, vazio, angustiante, que alguns fotógrafos conseguiram captar na sua breve vida, ridiculariza assim um ser humano!"




A Vida de Amy Winehouse
 Nick Johnstone

Numa biografia não autorizada de Amy Winehouse editada em Portugal, o autor Nick Johnstone escreve:

"Amy Winehouse é autêntica, uma artista genuína exposta pelas brilhantes luzes da ribalta", cuja vida pessoal "é sangue para tubarões."

Quando a olho, revejo Jim Morrison em tempo de auto-destruição, Janis Joplin no olhar angustiado! Quando a oiço, lembro Hazel O'Connor na voz timbrada e melodicamente forte, pungente!

A expressão de amargura sem retorno, essa leva-me indubitavelmente a Billie Holiday.

Tanto talento, tanta vida por viver, belíssimas canções, dons que todos desfolharam, como quem solta a fragilidade do ser-se humano.

(...)
Can I read a crystal ball?
Can my soul be like a wishing well?
Can it be locked up in hell?
Is it the reason why I lose?
Does it have the right to chose?
Can my soul take away my life?
Can it decide if it wants to die?(...)

Jim Morrison, 
My Eternal Soul


Na já conhecida 'maldição dos 27 anos' morre Amy Winehouse. Para mim será sempre Amy! A voz! O talento. Alma.

Um dia tão triste!

G-S

Fragmentos Culturais

24.07.2011 
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sexta-feira, 22 de julho de 2011

Forever Marylin Monroe ! A estátua de Seward Johnson em Chicago







Marylin Monroe | Seward Johnson
Chicago
credits: Seward Johson / Getty Images

Uma estátua monumental de Marylin Monroe, em sua mítica pose, foi inaugurada no passado dia 15 Julho 2011, em Michigan Avenue, na cidade de Chicago (USA).





Marylin Monroe | Seward Johnson
Forever Marylin Times Square
Chicago
credits: the Garment District Alliance


"I use my art to convince  you of something that isn't real. You laugh at yourself because you were taken in, and in that, change of your perception. You become vulnerable to the piece and intimate with it in a certain way."

J. Seward Johnson

Seward Johnson conceituado escultor de inspiração 'American Gothic' (estátuas de grande porte) ou como ele próprio se denomina 'American Realist' é o autor da escultura "God Bless America" que esteve exposta no mesmo local em 2008. 

No ano seguinte, uma escultura representando o Rei Lear de Shakespeare tomou o lugar. E outras se sucederam, até Marylin.







Marylin Monroe, já o escrevi, não foi só isto, suponho! A 'sex symbol' de Hollywood dos anos 50. Teria outras aspirações que não foram ouvidas. 

Foi uma mulher bem mais sensível, talvez, com ideias definidas e pretensões literárias escondidas, como o demonstrou nos seus escritos inéditos publicados em 2010. 

O estereótipo que lhe impuseram, e talvez a falta de visão da época, mesmo de Arthur Miller, o famoso dramaturgo, seu marido, forçaram-na a silenciar o lado invulgar da sua personalidade. 

G-S


Fragmentos Culturais
(formato web 2.0)

21.07.2011

Actualizado 04.08.2022

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domingo, 10 de julho de 2011

Ayrton Senna : tributo, o filme documentário !








Senna
Asif Kapadia,2010
http://www.imdb.com/

Estreou em Inglaterra, no passado dia 3 Junho, o documentário sobre a carreira de Ayrton Senna


Ayrton Senna, o mais amado (por alguns odiado) e talentoso piloto da Formula I partiu precocemente em 1 Maio 1994. Tinha 34 anos.

Os grandes homens despertam ou provocam paixões e ódios com a mesma intensidade. Ame-se ou odeie-se, o que ninguém pode desmentir é que Senna foi um piloto que desprendia magia. 

Teria feito  50 anos no passado dia 21 de Março.





Senna
Asif Kapadia,2010

"SENNA is the thrilling story of the legendary charismatic Brazilian motor-racing driver Ayrton Senna, the film follows Senna's struggles both on track and off it, against the politics and corruption which infest the sport of Formula One. Senna was a deeply spiritual person who believed profoundly in a higher power, driving on the absolute limit was his way to express himself, his way to achieve perfection, his way to be closer to God."

Asiaf Kapadia, director

Senna, o filme realizado por Asif Kapadia, 2010, o mesmo que viria a realizar mais tarde, Amyé um documentário sério, baseado em factos, imagens e documentos verídicos, que conta a vida e carreira do tricampeão brasileiro, considerado por muitos como o melhor piloto de sempre na Fórmula I. O filme documentário tem estreia em Portugal, agendada para o próximo mês de Outubro. 


O documentário foi realizado com a colaboração da família de Ayrton, que cedeu imagens pessoais, da organização do Mundial de Fórmula I, e do Instituto Ayrton Senna.





Grande Prémio do Brasil



Há quem afirmasse, na altura, que Senna, durante os treinos que decorreram na véspera, teria proferido algumas inquietações (premonitórias?) que vieram a concretizar-se naquele que foi o dia mais triste da Formula I.

Ainda hoje, lembro todos os pormenores desse terrível acidente que provocou a morte de Ayrton Senna. Seguia a competição, colada ao ecrã da televisão, como sempre que havia transmissão de um Grande Prémio. Não arredava. Era fã incondicional.











Circuito de Imola


E o acidente mortal de Roland Ratzen-Berger, na véspera durante os treinos já me deixara ansiosa, muito abalada. Uma coisa é ler mais tarde, outra coisa é estar a assistir via televisão.


Quis, no entanto, acreditar que tudo seria diferente, nesse dia. Não foi. Todos assistimos com muita emoção ao que aconteceu.


A FI Racing considera que Senna é o melhor filme de Formula I já alguma vez feito.



Ayrton Senna/ Senna, 2010

Senna teve vários prémios e muitas nomeações na categoria de filme documentáro.

Foi galardoado com dois Bafta Awards, 2012. Premiado com Audience Award no Sundance Film Festival 2011E uma vasta lista se segue que poderá ser lida aqui
Em Inglaterra há uma grande admiração por Ayrton Senna. O piloto viveu em Inglaterra, uma significativa parte da sua carreira.E Senna será sempre um ícone da Fórmula I.
Aliás, todas as equipas pelas quais o tricampeão correu na F I eram britânicas (Toleman, Lotus, McLaren e Williams).





Todos os sinos dobram dentro de cada um de nós, quando um ser querido se afasta por tempo indeterminado... O vazio faz-se em redor do sol, o mar abre túneis sulcados de lágrimas, as flores perdem seu encanto. Morreu Ayrton. Escrevi nesse dia fatídico.

Eu senti a mágoa da partida de Ayrton Senna. Eu vi. Nunca mais pude olhar para os Prémios de Formula I. Nunca mais assisti a nenhum Grande Prémio nas transmissões em directo via televisão.

Hoje sucedem-se sem que me sente, ou páre por poucos segundos diante do televisor. Perdi a paixão imensa que tinha por esse desporto.








Hoje, dia 1 Maio 2016, 22 anos passados sobre esse dia de pesadelo, a homenagem deixada pela F I na rede social Twitter.

G-S

Fragmentos Culturais

09.07.2011
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actualizado 01.05.2016

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domingo, 3 de julho de 2011

Tributo: Jim Morrison & The Doors !





The very Best of the Doors





Jim Morrison (1943-1971)

Julho 3 de 1971, Jim Morrison morreu. O mito, esse não! 40 anos depois, o mundo não esquece a voz dos The Doors, Jim Morrisono poeta, o músico, o homem.




Último diário e última foto conhecida de Jim Morrison 
REUTERS/Suzanne Plunkett

Em Paris, hoje dois concertos. Ray Manzareket (orgão) e Robby Krieger (guitarra), dois músicos da banda tocarão no Bataclan, a lendária sala de concertos da cidade de Paris. 

Já não poderão usar  o nome "Doors", mas continuam a interpretar "Riders on the storm", "Roadhouse", "Light my fire".

Os fãs de Jim Morrison têm ainda a oportunidade de escolher um outro concerto, esse em  La Cigale, um  tributo a esta banda britânica, The Doors Alive.




When You're Strange: A Film About The Doors
Tom DiCillo, 2010
documentário

Eis o documentário sobre os The Doors  - When You're Strange: A Film About The Doors - que tem marcado presença na Selecção Oficial de reputados festivais de cinema, tais como Sundance Film Festival, Berlin Fim Festival, Festival de San Sebastian, London Film Festival (2010).
"The first feature documentary about The Doors comprised of entirely unseen archival footage. Narrated by Johnny Depp and directed by Tom DiCillo."







É o primeiro documentário acerca da banda The Doors, como pudemos ler, constituido por imagens de arquivo totalmente inéditas. Narração de Johnny Depp e realizado por Tom DiCillo.





Jim Morrison
créditos: Autor não identificado

Dois bons artigos sobre Jim Morrison nos jornais (edição digital) "Le Monde" e "Expresso":

"Quarante après sa mort, le mystère Jim Morrison reste entier" 





The Doors
créditos: Autor não identificado


" Jim Morrison continua vivo" (fotogaleria)  

Expresso.pt | Actualidade 

E se quiser ouvir a banda sonora, pode fazê-lo aqui 

“I can state definitively that one of the things I do remember is buying THE DOORS first album the day it came out and then listening to it about ten or twelve times in a row.  Both sides.  Every song.  I’ve been a fan ever since.  This movie is the story of the band but it is also an insight into a moment in time that will never be repeated.”

Dick Wolf (producer)


G-S

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03.07.2011
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