Clarabóia, o livro póstumo de José Saramago já está envolto em polémica. E com razão. Todos sabemos a posição do autor em relação ao acordo ortográfico. Ora, apesar de se ler no início "A presente edição reproduz fielmente o original", não é verdade. Começa no título.
Já há algum tempo andava atenta, na minha ronda semanal a duas ou três livrarias da cidade, à publicação póstuma desta sua obra escrita nos anos 50, mais precisamente em 1953 (li mais tarde).
Mal o vi exposto, folheei de imediato, lendo algumas frases naquele gesto intimista que temos no contacto primeiro com um livro. E eis que me deparei com vocábulos escritos segundo o acordo. Tal como escreveu o autor de um blogue, acordês! Pois é! Não comprei.
Como a polémica tem sido grande, há quem fale em atentado póstumo a Saramago, o Público também já dedicou um artigo ao assunto, fico a aguardar que a editora se retrate e publique a edição original.
Entretanto, um outro livro saíu. Abraço de José Luís Peixoto, autor que todos sabem ser um dos meus escritores favoritos na nova literatura portuguesa.
Abraço é então o último livro de José Luís Peixoto. E para que fiquem com aroma do livro, aqui deixo o vídeo de apresentação feita pelo próprio autor.
Nem duvidam! Comprei! E já me acompanha nos momentos de pausa. Sou agora mais cuidadosa em espaços públicos. Não esqueço o meu livro de Bolaño...
Passemos a outro autor que muito gosto! Um autor da ficção estrangeira que me prendeu desde o seu primeiro livro editado em Portugal: Kafka à beira-mar. Estão a reconhecer, não é mesmo?! Haruki Murakami.
Depois desse, li mais dois ou três livros de Murakami. O autor escreve sobre solidão, crítica social do pós 11 Setembro 2001, a que junta sonoridades do jazz. Também ele é grande apreciador.
Murakami dirigiu um bar antes de se tornar escritor. Essa personagem, contada na primeira pessoa, é muito presente no livro "A Sul da Fronteira a Oeste do Sol" (Casa das Letras, 2009, 1ª edição).
IQ84 | Haruki Murakami
O livro já é best-seller nos Estados Unidos e no Reino Unido com apenas uma semana de vendas.
"There are references in 1Q84 to Chekhov, Stanley Kubrick, Dostoevsky, Lewis Carroll, Macbeth, and Carl Jung, though the most important works cited are musical. Janácek's Sinfonietta plays a major role; an investigator muses playfully on Sibelius; and a woman discourses in bed on her love for the jazz clarinettist Barney Bigard.
(...)
and music – jazz, classical, or very occasionally pop – always leaks into his prose. But the special importance of music in this novel is a key to its major theme, which is time."
Steve Poole | The Guardian
Aguardo com alguma ansiedade a publicação do volume 3 de 1Q84 em Portugal. Quando?! Para já, vou lendo o primeiro capítulo (versão inglesa) no Facebook do autor.
G-S
Fragmentos Culturais
10.11.2011
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