domingo, 30 de março de 2014

Primavera com Vincent Van Gogh : Parabéns !





Vincent Van Gogh Self-Portrait in Front of the Easel
January 1888, Oil on canvas, 
Van Gogh Museum, Amsterdam

Tempo de Primavera? Nem por isso. Não se sente nada. E menos se vê. Noites frias, dias brumosos, desconfortáveis. A Primavera teima em não chegar.

Como se não bastasse, a mudança da hora! Põe qualquer um baratinado, e durante mais de uma semana, até o nosso ritmo biológico voltar a estabilizar.

Impossível dar um bom passeio ao ar livre, Mellhor ficar por aqui. Sento-me então ao computador

Procurando algo que transmtisse luz, sol, calor, deparei-me com o Van Gogh Museum. Gosto de passar por sites de museus ou suas redes sociais onde publicam as novidades. Inteiro-me de exposições temporárias e outros acontecimentos. Foi então que li que hoje era o aniversário de Van Gogh.

Vincent Van Gogh, pintor pós-impressionista, nasceu em 30 Março 1853 em Zundert, Países Baixos. Ora cá está ! A luz, o sol, as cores que busco. Um dos meus pintores mais apreciados

Adoro pintura ! Pois, eu sei ! E adoro música. E literatura. Adoro dançaBem, adoro tudo o que tem a ver com Artes e Humanidades. Voilà !





Orchard with Blossoming Apricot Trees (The Pink Orchard), 
March 1888. Oil on canvas,
Vincent Van Gogh


Voltemos, no entanto, a Van Gogh. É sabido que todos os grandes artistas, pintores, músicos, poetas, são almas torturadas, dadas às grandes interrrogações estéticas e filosóficas sobre o mundo.

Mas Van Gogh foi talvez aquele que expôs mails esse seu lado frágil, de imensa sensibilidade, como se se sentisse desamado, embora tão grande angústia existencial não se pressinta assim tanto na maior parte das suas telas. Só nos auto-retratos.

Sim, a grande colecção de auto-retratos que nos legou, são já por si uma mensagem. A maior mensagem do eu, Vincent Van Gogh.

Não conheço, ou pelo menos não lembro, um pintor que se autorretratasse com tanta frequência. É só dar uma vista de olhos pela galeria de auto-retratos do Van Gogh Museum



 
Almond blossom, 1890, Van Gogh Museum, Amsterdam
Vincent Van Gogh

Mas não vim aqui para escrever sobre esse seu lado torturado. Vim sim, partilhar este seu lado lindo, meio naïf, esfuziante de cores, que nos deixa estáticos, serenos, olhando suas telas com alegria, muito afecto, tentando encontrar nas telas, janelas abertas para a Primavera que não vem.




Vincent van Gogh (1853-1890), Sunset at Montmajour, 1888


Entretanto, lá está ! Encontrei um vídeo excelente. Como sabem, embora admire profundmante a arte clássica, a minha sensibilidade entende-se melhor com o contemporâneo, por vezes até com a remistura (remix) dos dois lados da mesma estética.

video deixou-me agradavelmente surpreendida. Uma lufada de frescura, nestas actividades, pintura, música, tecnologias, entre outras, às sexta-feiras / Friday Night no Van Gogh Museum.


"Every Friday the Van Gogh Museum is open until 10 pm with a packed programme. Did you know that every first Friday of the month the museum organizes a grand event?"

Van Gogh Museum

Que coisa linda! Espaços onde se cruzam novos conceitos de arte que me encantam. A arte não é estática. Há que convir! E os museus ganharam um novo lugar.






credits : Van Gogh Museum

Curtinho. Mas muito convidativo. Se voltar a Amesterdão, tentarei passar pelo Van Gogh Museum, numa noite de sexta-feira. Perfeitamente convencida. Espero que vos tenha agradado tanto como me agradou.

E por fim, para os apreciadores de apps (aplicações), deixo então a app #TouchVanGogh que vos vai encantar. Lançada no final do ano 2013, mas já actualizada. Gratuita. Disponível para IOS (Apple) e Android (Google).


"Explore what's hidden under the paint of Van Gogh's masterpieces. The English app for tablets 'Touch Van Gogh - What paintings can reveal' is now available in app stores."







E assim passamos uma tarde de domingo, bem mais luminosa do que aquela que se faz sentir lá fora. Entretanto, caiu a noite.


"I dream of painting and then I paint my dream."

Vincent Van Gogh

G-S

30.03.2014
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sexta-feira, 21 de março de 2014

É Dia Mundial da Poesia





Orfeu e Euridice 
 Olga Roriz
Centro Cultural de Belém



A Lonjura do Poema


A desmesura do corpo
a lonjura do poema

A largura do mar alto
em carta
de rota e pena

A luxúria da memória
a saudade do perdido
feito de nós e de olvido

De se escrever português
em páginas
de verso e vidro

No seu trabalho
e resguardo
de passado e de sigilo

Feito de língua
materna
leite de peito despido

De cantares e do contar
em versos 
de linho e livro

Com palavras de poetas
de cristal e aventura
imagens e descobertas

De rimar e de remar
num oceano de perigo.


Maria Teresa Horta, A Lonjura do Poema, 21 Março 2014
in Página Oficial Maria Teresa Horta


Confesso que gosto muito mais da poesia de Maria Teresa Horta, nesta sua nova fase. Menos agressiva. Mais afectuosa.

E hoje celebrando-se o Dia Mundial da Poesiagostei deste poema para o celebrar. 

A UNESCO celebra muitos nomes da poesia mundial ao longo de 2014. Na listagem, não aparecem poetas portugueses. Talvez não haja centenários de poetas portugueses...






Orfeu e Euridice | Olga Roriz
Centro Cultural de Belém


A CNB tem a decorreAs horas de Sophia, uma das iniciativas a propósito da obra poética de Sophia de Mello Breyner Andresen, que se realizará ao longo de todo o ano de 2014.

"Serão sessenta minutos dedicados aos poemas da escritora, antes de um dos espectáculos de cada programa da temporada, nos quais o público será convidado a participar (se for esse o seu desejo), lendo os poemas que queira trazer de casa.

Dentro da sua vasta obra, será desejável a escolha de temas relativos a cada uma das produções da CNB ou, genericamente, ao tema da dança."


Poesia e dança são inseparáveis. Há muito não passa pela cidade um espectáculo de bailado contemporâneo. 

Sei que os espaços não são muitos. Mas o Teatro Rivoli tinha uma bela sala. Nela assisti a grandes companhias de bailado. Não mais. 


G-S 

21.03.2014
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sábado, 15 de março de 2014

As Cores da Memória




Decorreu de 20-22 Fevereiro 2014 mais uma edição de Correntes d'Escritas na cidade da Póvoa de Varzim. Um dos eventos mais completos ligados à literatura.

Todos os anos, aponto na minha agenda ir até lá. Afinal, os livros são a minha paixão. Uma das minhas paixões. Não posso esquecer outras tão importantes na minha vida.

Fala-se de livros, conversa-se com escritores, ouvem-se leituras, assiste-se a conferências, mesas redondas, sessões de cinema, e uma feira do livro. Um autêntico tributo às Literaturas.




Feira do Livro | Correntes d'Escritas

Mas, depois, o tempo pouco convidativo, ainda inverno rigoroso - então este ano foi para esquece - meter-me à estrada, e dormir mesmo de frente para o mar em noites de tempestade, desmotivam-me. Coisa pouca eu sei. Mas cada um tem suas pequenas ideias feitas.

Suponho que não será preciso escrever sobre tudo o que se passou nesta edição comemorativa dos 15 anos. 

Correntes d'Escritas 2014 tem toda a informação detalhada no site oficial da CMPV bem como um dossiê de Comunicação que poderá ser folheado online aqui

Também jornais, e blogues literários se dedicaram a essa divulgação em tempo útil.




Alzheimer

Quero, no entanto, escrever sobre um livro muito especial. "Do branco ao preto", uma obra colectiva publicada pela Sextante Editora, 2014. 

O livro foi apresentado nesta edição de Correntes d'EscritasReúne 12 contos ilustrados por Rita Roquette de Vasconcellos.



Do branco ao preto | Sextante, 2014
http://www.sextanteeditora.pt/
"Do branco ao negro" é um livro escrito por 12 autoras, enumeradas na capa, todas mulheres bem conhecidas. Entre elas, nomes grandes da literatura portuguesa. Tal como podem ler na capa, o livro reúne nomes como Ana Luísa Amaral, Lídia Jorge, Maria Teresa Horta, Maria José Barreno - duas das célebres 3 Marias das Novas Cartas Portuguesas (1972) - com reedição anotada (2010), Yvete Centeno, Clara Ferreira Alves, ou São José Lapa, entre outras.

Voltemos à componente solidária que me leva a escrever sobre o livro. Os direitos autorais do livro revertem a favor da Associação Alzheimer Portugal.



Year of the Brain in Europe 2014
No Ano do Cérebro na Europa, as doze mulheres contam 12 histórias em homenagem àqueles que vão perdendo a capacidade de as contar. Cada uma recebeu como tema uma cor, reflectindo a diversidade, na sua diferença e na sua complementaridade. 
Maria Teresa Horta ficou com a cor dos seus olhos. “O azul claro é uma coisa que tenho e de tal maneira está integrado em mim, que vejo todos os dias ao espelho, que não é cor já. Acho que este livro é um arco-íris, porque estão aqui autoras novas, que as pessoas não conhecem tao bem, e têm uma oportunidade de conhecer.”
A Lídia Jorge foi confiada a cor verde água. “É uma história de vida e morte, mas com um triunfo do esplendor. Achei que era bom dado que é direccionado a determinados doentes. Achei que deveria falar de alguma coisa positiva que tivesse relacionamento com a vida. Foi muito fácil escrever, uma alegria. Aquilo que num primeiro momento me pareceu insólito acabou por ser um instrumento de coesão em relação à história.”




2014 Ano do Cérebro na Europa
Os direitos autorais do livro revertem a favor da Associação Alzheimer Portugal. Uma causa bem nobre que nos levará certamente a adquirir o livro.

Todos nós temos ainda bem presente o filme belíssimo, comovente, de Michael Haneke, Amour, tão premiado no ano 2013.

G-S

Fragmentos Culturais

15.03.2012
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sábado, 8 de março de 2014

Dia Internacional da Mulher: prevenir !




Dia Internacional da Mulher 2014
Credits : European Parliament

Hoje,8 Março, é dia de falar sobre as mulheres. Celebra-se o Dia Internacional da Mulher.

A igualdade de género é um dos valores fundamentais do Parlamento Europeu e a violência contra as mulheres é uma forma de discriminação de género e um dos temas mais sensíveis da desigualdade entre homens e mulheres. 

De forma a abordar o tema e encontrar possíveis soluções, a edição deste ano do Dia Internacional da Mulher é dedicado à prevenção da violência contra as mulheres.


Violence Against Women in Europe | infographic

O inquérito mais recente sobre este tema levado a cabo pela Agência dos Direitos Fundamentais da UE revela que uma em cada três mulheres na UE foram vítimas de algum tipo de violência física ou sexual, violência que na maioria dos casos tem consequências físicas e emocionais de longa duração. Mas a dimensão real do problema mantém-se pouco clara uma vez que a violência contra as mulheres permanece pouco denunciada em toda a UE.

Tendo em conta que não existe legislação europeia que estabeleça medidas para promover e apoiar as ações dos Estados-Membros no campo da prevenção da violência contra as mulheres, o Parlamento Europeu defende que seja adotada uma estratégia abrangente para combater este tipo de violência.




Em 2010, o Dia Internacional da Mulher no Parlamento Europeu também foi dedicado ao problema da violência contra as mulheres e desde então, os eurodeputados têm adoptado vários relatórios de iniciativa que propõem medidas específicas para combater a violência e a discriminação baseada no género. 

Este ano a 25 de Fevereiro, o Parlamento Europeu adoptou uma resolução com recomendações para a Comissão Europeia para o combate à violência contra as mulheres.

O estudo mostra que 24% das mulheres portuguesas foram vítimas de violência. A percentagem está abaixo dos 33% da média europeia. 

Ao mesmo tempo, 30% das portuguesas ignoram a existência de leis que protegem as mulheres vítimas de violência doméstica, ao mesmo tempo que 34% não sabem que há leis e políticas nacionais de prevenção. Por outro lado, as campanhas contra a violência doméstica são conhecidas por 70% das portuguesas, ou seja, mais do que a média europeia (50%). A ler mais aqui


"Para Katy, fazia um sorriso aberto, luminoso, isento de dúvidas, como se acreditasse qe ela continuaria a ser para si uma maravilha, e ele para ela, eternamente. O sorriso para a sua mulher era esperançoso e confiante, parecendo conter uma espécie de determinação."

Alice Munro, Amada Vida, Relógio d'Água, Maio 2013

Prefiro deixar esta mensagem literária de esperança. O dia está lindo! Olhemos o sol que nos acaricia, respiremos a brisa que vem em golfadas primaveris alegrar o dia de todas nós.

Feliz Dia da Mulher !

G-S

Fragmentos Culturais

08.03.2014
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