Sapatos vermelhos tornou-se o símbolo deste dia 25 de Novembro, o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres.
Todas as mulheres e raparigas têm o direito de viver livres de violência. Infelizmente, esta não é a realidade.
"Uma em cada três mulheres sofreu violência física ou sexual - 22% nas mãos do parceiro. Mais da metade de todas as mulheres foram assediadas sexualmente com 20% das mulheres jovens relatando assédio sexual online ”
Dunja Mijatović, Comissário do Conselho da Europa para os Direitos Humanos
"Not until the half of our population represented by women and girls can live free from fear, violence and everyday insecurity, can we truly say we live in a fair and equal world."
António Guterres, Secretário-Geral UN
(...)
O silêncio que posto
em cima do silêncio
usurpa do silêncio o seu magro labor
Maria Teresa Horta, excerto Silêncio da Fala
Meu tributo a mulheres e jovens raparigas vítimas de maus tratos.
Gosto de filmes simples. Gosto de filmes que retratam a essência das personagens, baseadas em factos verídicos ou coisas da vida.
Filmes em que a história desfila sem sucesso de bilheteira. Uma história simples, humana. Fui vê-lo talvez no Inverno passado (2017). Exibido em pouco mais de uma semana. Talvez tenham perdido.
Em Norman, um filme do realizador americano, de ascendência israelitaJoseph Cedar, Richard Gere interpreta a personagem Norman Oppenheimer, um tagarela nato nova-iorquino cujo olhar está sempre numa oportunidade de convencer alguém a segui-lo nas suas ideias financeiras.
Norman
The Moderate Rise and Tragic Fall of a New York Fixer
Um dos meus actores preferidos é Richard Gere. Pelo empenhamento que tem há muitos anos na causa tibetana. Por ser budista. Por enfrentar o envelhecimento com naturalidade, modéstia e charme. E por que considero que se tornou um excelente actor.
Richard Gere/ Norman
The Moderate Rise and Tragic Fall of a New York Fixer
"Richard Gere plays the title character, an aging New York gadfly whose eye is always on the main chance."
Ann Hornaday, The Washington Post
Sempre na busca de alguém disposto a dar-lhe atenção, percorre diariamente as ruas de Nova Iorque, até ao dia em que se cruza comMicha Eshel(Lior Ashkenazi), um carismático político israelita, numa fase má da sua carreira. Daí, vai nascer uma amizade.
Porém, três anos mais tarde, Eshel torna-se um influente líder mundial. Durante algum tempo a vida de Norman vira o sonho que ele sempre quis alcançar. Mas, passado algum tempo, a desilusão bate-lhe em cheio. Tremenda. Assistimos assim, à ascensão e queda de Norman.
Tal com Kevin Costner, Gere está fazendo uma transição graciosa, gratificante de galã dos anos 80 para o actor de carácter venerável. Aqui, ele exibe imagem semelhante à do elegante banqueiro de investimentos no thrillerFraude/ Arbitrage (2012), dando a Norman a expressão ávida e faminta de uma vida durável, mas também com alma e vulnerabilidade. Há críticos que viram neste filme uma forte corrente política. Essa parte, não me seduziu tanto, embora os interesses políticos fossem, mais uma vez, bem retratados.
Micha Eshel/ Norman Oppenheimer
Norman The Moderate Rise and Tragic Fall of a New York Fixer
Prendi-me mais na personagem Norman Oppenheimer e nos sentimentos que vai desfiando ao longo do filme, bem como na excelente interpretação de Richard Gere. Ashkenazi é tão simpático quanto um político, cuja noção de amizade é temporária e servindo seus interesses.
Alexandra (Alex) Green/ Charlotte Gainsborough
Norman The Moderate Rise and Tragic Fall of a New York Fixer
Um elenco de apoio bom que inclui Steve Buscemi, como o rabino de Norman, Josh Charles como um milionário indescritível e Charlotte Gainsbourg uma jovem mulher que Norman encontra numa viagem de comboio, regressando de uma conferência do lobby pró-Israel. Cedar dá-nos uma fábula satírica com uma subtileza emocionante e uma clareza impressionante sobre os meandros da política e das pessoas que neles se cruzam. "Veteran sex symbol goes schlubby with tale of a modern ‘macher’ in over his head – and delivers one of his best performances to date." Peter Stravers, RollingStone
"On October 1st, Charles Aznavour, the world’s last and greatest troubadour, was found dead at his home in the small village of Mouriès, in southern France."
New Yorker, Remembering The Last and Greatest Troubadour
Não houve meio de comunicação social, a nível internacional que não lhe rendesse uma imensa homenagem.
Charles Aznavour [1924-2018]
créditos: Bertrand Rindoff Petroff/Getty Images
Charles Aznavour is honored with star on the Hollywood Walk of Fame 2017
Bastou ler a notícia para que os nossos sentimentos despoletassem enormes sensações. Tristeza, saudade, amor, medo, alegria, serenidade. E muitos de nós ouviram-se a cantar versos das suas canções, de olhos marejados ou sorrisos ternos. Uma memória infindável de meus pais. Eu cresci com a música e voz de Aznavour lá em casa.
Les plaisirs démodés/ The old fashioned way! Oh! Quanta ternura colou em mim. E tantas outras canções que ouvi em casa e meus pais que eram apreciadores de música francesa.
E quando me levaram a Paris para assistir a um concerto de Charles Aznavour! Era quasr uma miúda. Mas a sua música encantava-me a cada canção. Meus pais ouviam-no quase religisionamento. E a sala de concerto, completamente esgotada, cantarolava com ele todas as melodias.
Um homem de estatura pequena, estrutura muito franzina, que em palco se tornava enorme! Aquela voz inebriante. Não mais esqueci.
Sheque só ele sabe cantar. Com mais emoção, se possível, do que o seu autor, Elvis Costello.
Lembro que estava em Paris quando da estreia mundial do filme Nothing Hill ! E o filme começou logo com tema She cantado pela voz de Charles Aznavour! Um deslumbramento a juntar a outro deslumbramento que foi assistir ao filme!
Ou Quand tu m'aimes...
Com 70 anos de carreira, Charles Aznavour, morre hoje no Dia Internacional da Música. Compôs mais de 1 400 canções. Cantou em diferentes línguas, e deu concertos em muitas partes do mundo.
Charles Aznavour
créditos: Autor não identificado
via BBC
"Plus de soixante-dix ansde carrière, plus de quarante ans de succès, plus de 1 400chansons, dont une centaine d’anthologie, six langues chantées, des milliers de concerts donnés dans quatre-vingt-deux pays, des salles compliquées, des music-halls, des galas chics. Carnegie Hall à New York, l’Albert Hall à Londres." Le Monde
"Charles Aznavour fut d’abord acteur, ne cessa jamais de l’être, chantant Danse avec moi dos à la salle, la main posée sur son épaule comme s’il s’agissait de celle d’une femme ; mimant le travesti de Comme ils disent. Charles Aznavour, l’amoureux pudique et fier qui écrit : « Il faut savoir quitter la table/Lorsque l’amour est desservi/Sans s’accrocher l’air pitoyable », fut aussi un éclat de vie. "
O Dia Internacional da Músicacelebra-se hoje. Sem música não poderíamos viver. Pelo menos uma grande parte de nós. Já escreviam os filósofos! Muitos escritores escreveram sobre a Música.
Mas, dia 1 de Outubro é especial! É oDia Internacional da Músicaque se celebra todos os anos, desde 1975. Embora, a música seja algo que nos acompanha todos os dias.
The IMC describes itself as the “world’s leading membership-based professional organisation dedicated to the promotion of the value of music in the lives of all peoples,” adding that its mission is to “develop sustainable music sectors worldwide, to create awareness about the value of music, to make music matter throughout the fabric of society, and to uphold basic music rights in all countries.”
A música tem um papel essencial na sociedade e constitui um forte vector de aproximação intercultural. Mais do que isso. A música é a expressão da nossa alma.
Mas com a instituição do Dia Internacional da Músicapretende-se valorizar a sua importância e a importância dos músicos à escala mundial.
Promove também p valor social que o seu estatuo de linguagem universal lhe confere como factor de paz e de compreensão.
Um modo diferente de festejar a Música. Através dos instrumentos musicais que provocam em nós tantas sensações de bem-estar, beleza estética, profundo silêncio interior embevecido pelo som que penetra cada um dos nossos sentidos e afectos.